(Escrita em: 11 de maio de 2017)
Tudo que acontece no mundo não é bom ou ruim, tudo o que de fato ocorre é neutro, símbolo da improbabilidade, mas não da impossibilidade.
Tudo que acontece no mundo é indiferente, inexorável, quem diz ser bom ou ruim é o indivíduo, o ator, sujeito o qual julga a causa e seus derivados.
Tudo que acontece no mundo é pouco, quase nada, quem define sua grandeza é o porco, o oprimido, aquele que contraria seu igual, mas ainda assim não entende que o julgamento é diferente para cada ser que sente o ausente presente de um desfecho desleal, irreal para cada qual, imoral mas ideal, evento pelo qual tudo há de ocorrer.
Tudo que acontece no mundo é falho, estúpido e perfeito, feito conforme as regras de um deus misterioso que pode ser chamado de ciência, ainda que não possa afetar o mundo em si, mas, a subjetividade utópica dum sinistro plano que julgamos ser verdadeiro.
Tudo que acontece no mundo é sombrio, já que para entender o mundo teríamos que antes entendermo-nos, mas que é preciso para desvendar essa conjuntura?
Tudo que acontece no mundo é apreciável já que em diferentes corpos e almas a sensação corrompe de maneira peculiar, peripécias do destino? Talvez apenas causalidade ou casualidade, quem há de saber a diferença?
Tudo que acontece no mundo poderia não ter acontecido, mas que adianta falar do passado e se planejar para o futuro se não se vive o presente?
Tudo que acontece no mundo é um grão estelar, ainda que gigantesco cobre o mínimo impacto de algumas modificações físicas e uma gigantesca bomba explode em fatos maravilhosos, que se tornam imundos assim que vistos por outrem.
Tudo que acontece no mundo acontece no mesmo mundo, ainda que em outros mundos, talvez até semelhantes, quem sabe réplicas, não podem clonar a indecifrável complexidade de um olhar despreparado, sútil e frágil, pronto para ser rasgado por uma adaga pontiaguda que todos há de furar.