O Diário de Anne Frank (Resenha)

(Escrito na data de postagem)

Este é um livro que tenho há uns três anos, comprei na Amazon e devo ter pago menos de dez reais nele na época. O primeiro contato que tive com o livro foi quando eu tinha cerca de 15 anos, emprestei-o na escola, porém não terminei de lê-lo. Logo após ter comprado comecei novamente a ler e não terminei. Desta vez em março desse ano a coisa desandou.

Demorei cerca de um mês para lê-lo, o livro não é pequeno, tem quase 400 páginas, todavia a leitura é fácil (já que se trata de uma menina de 15 anos quem o escreveu). Não é o primeiro livro sobre a segunda guerra que leio, já havia lido títulos como “A Menina que Roubava Livros”, “Fahrenheit 451” e “O Menino do Pijama Listrado”, contudo creio que a maior semelhança que noite foi com “Quarto de Despejo” de
Carolina Maria de Jesus.

O livro de Carolina conta a sua triste história numa favela, em formato de diário também a autora demonstra a dificuldade em sobreviver em meio a um cenário temeroso, creio que tenha sido um dos melhores livros que li. O diário de Anne me pareceu semelhante, pois conta também as dificuldades em sobreviver. Embora os contextos sejam diferentes, a luta diária para manterem-se vivas, o medo, a insegurança e o sofrimento estão presentes em ambos os diários.

Anne Frank começa a escrever seu diário já em cenário de guerra, ainda morando com seus pais ela conta como era sua vida, como eram judeus haviam várias limitações em 1942 (início do diário) que faziam com que as suas vidas fossem complicadas, no começo do livro a autora narra fatos do cotidiano, como ida e volta da escola, encontro com amigos, livros lidos e a maneira como convivia com seus familiares.

Não muito distante do início do livro, Anne, seus pais e mais alguns outros judeus se abrigaram num Anexo de uma fábrica em Amsterdã, o qual Anne chamou de “Anexo Secreto”, ali conviveram por dois anos escondidos até serem descobertos. Segundo a matéria do G1: “Anne e Margot morreram vítimas de tifo em Bergen-Belsen, com 15 e 19 anos respectivamente. Sua mãe, Edith, faleceu em Auschwitz e o pai, Otto Frank, o único dos oito habitantes do anexo secreto que conseguiu sobreviver ao Holocausto, morreu em 1980 com 91 anos”.

O livro conta o dia a dia da garota que passa por diversos problemas de convívio, falta de alimentos e roupas, dificuldade em estudar, segurança e tristeza. Anne é uma menina comunicativa, carente, estudiosa, insegura e tem seu humor sempre alternando entre a felicidade, tristeza e esperança de sair do Anexo ao fim da guerra. A obra mostra a evolução de Anne como pessoa, forçada a amadurecer precocemente, retratando os desafios de uma garota que está se descobrindo e já tem que se superar cada vez mais para manter-se equilibrada.

Senti-me muito triste ao finalizar o diário, os tempos que ela retratou eram outros, com isso uma garota ter um namorado com 15 anos era algo impensável, mesmo assim é cativante quando Anne se apaixona por Peter, um morador do anexo que tem quase 18 anos. É profundamente amargurante ler os escritos da autora e notar sua esperança em um dia se casar e ter alguém que a ame, ao perceber Anne sonhando com o pós-guerra faz com que a dor do leitor seja sentida fortemente.

O contexto histórico do diário é gigantesco, com certeza é uma leitura recomendada à qualquer pessoa. O escrito é rico em descrever como se comportavam os judeus na época do nazismo e como pouco a pouco os países interagiam na guerra, além de tudo, colocar-se no lugar da autora cria uma empatia sem tamanho, não é raro terminar o livro segurando-se para não chorar, assim como fiz.

Para saber mais pode-se acessar a fundação Anne Frank através do link:
https://www.annefrank.org/en/

Nota: 8/10.