Martini Seco (Resenha)

(Escrito na data de postagem)

Nesta segunda-feira resolvi levar o kindle para o trabalho, como em 2019 estou trabalhando em regime home office e só às segundas vou à empresa, deixei de ter sempre um livro na mochila, na verdade, nem sequer sei as coisas que tenho na mochila… Pois bem, um amigo meu havia me dito sobre um livro do Fernando Sabino chamado Martini Seco, como eu lhe pedira uma indicação achei pertinente ler, também já conhecia o autor tendo lido três livros de crônicas dele (A Mulher do Vizinho, O Gato Sou Eu e As Melhores Crônicas de Fernando Sabino).

Levo cerca de 40 minutos para ir ao trabalho, tempo suficiente para ler uns 40% do livro, na volta devo ter lido mais uns 30% e terminei o restante em casa, contudo creio que se tivesse lido ininterruptamente levaria algo entre uma e duas horas. Logo, um livro bem curto, porém é aí que as coisas ficam interessantes.

Esta obra de Sabino é sensacional, o melhor livro que leio nos últimos dois ou três anos, realmente incrível, o livro não tem enrolação alguma, os fatos acontecem de maneira rápida e nos diálogos do livro o autor passa todo seu talento para expressar de uma forma humorada os acontecimentos trágicos.

O personagem principal, Amadeu Miraglia, é culpado de ter envenenado sua ex-mulher quando estavam num bar, contudo Miraglia acusa a ex-mulher de ter cometido suicídio para culpar-lhe, ora, após cinco anos (e absolvido), Amadeu está casado novamente e vê sua mulher tentar fazer o mesmo que a anterior. Maria Miraglia, mulher de Amadeu, por sua vez culpa o marido por ter matado a ex-mulher e lhe acusa de planejar fazer o mesmo com ela. Enfim, nada melhor do que a descrição do próprio Sabino no primeiro parágrafo do livro: “Um homem e uma mulher entraram no bar, sentaram-se e pediram martini seco. Enquanto o garçom os servia, ela foi ao telefone, ele foi ao toilette. Quando regressaram, ao tomar a bebida, a mulher caiu fulminada”. O Comissário Serpa que ouve o casal separadamente começa a reconstituir o caso e a se “grilar” ao tentar desvendar a culpa ou inocência de Amadeu.

O livro é daqueles que se lê numa só “pegada”, faz o leitor rir e ficar cada vez mais curioso sobre a resolução do caso, enquanto cria afeto e raiva por Amadeu e Maria. O final do livro é inconclusivo, logo o leitor que define o(s) culpado(as) e o(s) inocente(s).

Nota: 9/10.