(Escrito na data de postagem)
Dê-me alvará desta espécie
Que pensa ser compreensiva,
Mas se torna imersiva
Na própria insensatez.
Certa vez um certo ser
Que pouco de si poderia saber,
Resolveu medir-me em letras,
Costurando sua vida em mim.
Sem tentar entender o fato
Tentando me deixar estupefato,
Foi dizendo algo assim:
“Se teu esforço não se fez
Tente novamente outra vida,
Quem então sabe consiga
Numa próxima vez.
Ser derrotado é algo normal,
Se não houvesse prejudicado
Que espaço então haveria
Para um legítimo arrojado?”
Com riso de canto e injúria,
Empatia em nada pôde sentir.
Respirei fundo e na calmaria
Fiz-lhe então um pouco ouvir:
“Com toda esta sua veemência
Surpreende-me sua demência.
Achando ser ideal como criatura,
Talvez se odeie, mas se atura.
Mas como acha que está bem
Insistindo nesta arrogância pertencer,
Se só quem sente a dor da derrota
Pode um dia saber o que é vencer?”
Quieto e com raiva se esquivou.
O tolo que dá conselhos de vida
Sem ao menos saber viver,
Conhece bem seu medo maior,
Segue sabendo que um dia
Tantos privilégios vão morrer…