(Escrito em: 31 de outubro de 2019)
Quando crianças a paixão é pela maturidade.
Trocamos e adaptamos as antigas verdades.
As brincadeiras deixam de ser interessantes
E começam a dar lugar para novos instantes,
Num manso movimento surge a vaidade
Que substituí por inteiro a velha inocência,
Desejos que focam cada vez mais alto,
Mas nunca imaginam cair numa ausência.
Então num pulo vem a clamada juventude
Que com diversos anseios requer mais atitude.
Com o mundo nas mãos tudo parece irreal,
Os horizontes se mostram numa infinita amplitude
E vontades incalculadas numa ampla magnitude.
Nunca pensaríamos imaginar ficar na solitude.
Em anos, adultos formados e atormentados,
Experimentando atos ilícitos e sagrados.
Brincando de gente grande e se moldando,
Sem saber em que destinos serão fadados.
Num súbito ímpeto de glória e alegria,
Constrói-se famílias e assemelhações.
A curtição é trocada por trabalho e contenções.
Assim, por décadas habituam essas nações.
No fim da vida vemos a última das metamorfoses,
Aonde amigos e queridos partem para jamais,
Ah, como se torna bom reformular os ideais
E assim acreditar em algo mais promissor,
O foco da luta é substituído aos poucos pelo amor,
Contudo, quem fica mesmo é a petulante dor.
Nos últimos tempos que passamos a perceber,
Que a juventude abandonada choca nosso parecer,
De que deveríamos ter dado tempo ao tempo,
Antes de querer loucamente o próprio envelhecer.