(Escrito na data de postagem)
Nesta jornada sem fim não sigo mais a estrada,
Já que há tempos deixei de ver o ponto de chegada.
O meu foco antes certeiro viu-se deslocado,
Como uma mira que não acerta mais seu alvo.
O mundo girou umas vezes e então tornei-me calvo.
Muitos sonhos e objetivos deixaram de importar,
Como se o fracasso também fosse algo sereno,
Comportei-me como testemunha de meu assassinato,
Aquele que um dia fui, me fez ser menos abstrato.
Ainda que nesta corrida não existam vencedores,
Não é difícil notar os fracassados anteriores.
Este pseudo-equilíbrio intelectual e capital
Parece-me além de apenas uma ríspida moral.
Contudo nesta minha mediocridade em ambos,
Consigo me contentar em algo ao menos saber:
Que já não faço mais questão alguma de ser
Àquele que eu sempre acreditei me tornar.
De que vale o acerto se não posso errar?
