(Escrito em: 9 de dezembro de 2020)
Entre estações e horizontes
Choram seres aos montes.
Por estradas quietas e sozinhas
Mais uma vez o medo se avizinha.
Perante qualquer novo descontrole
Forma-se rumor de longa angústia.
Por que as sombras me seguem a noite?
Se não posso discordar nem deferir?
Tanta incerteza rebenta pilares,
Jogando os anseios aos ares.
Esta cela nunca prendeu o desejo,
Mas selou meus anos e oportunidade.
Meus desígnios fizeram-se talvez,
O talvez deixou de ser, por sua vez,
Não resta nada além de remorso
Por alimentar o ser que me habitou…