Sopro do Desamparo

(Escrito na data de postagem) 

Excesso de descaso e falta de prospecção.
Faixas de pedestres e faixas de domínio.
Andando pelas vias me deparo com chacinas,
Argumentos e atos fazendo passar por fatos.

Despreparo em tantos coitados taxados,
Ratos que se curvam e imploram por pão.
Vidas almejadas que caem na imaginação,
Como não chorar em Crime e Castigo?
Taças quebrando e fazendo ser ouvidas,
Não sei mais se a mão que vez me amparou
Irá me adagar em via qualquer despercebida.

Coisas e cousas para comentar e lamentar
Fazendo parecer tenebrosa melancolia,
Contudo esses feixes não se apagam
E cada vez mais entregam dor e agonia.

Persuadiram-me a dissuadir o débil
Tomando-lhe aquilo pouco que resta.
Em prol de provocar satisfação diversa
Independente do que estiver por baixo.
Celebrando dor doutrem em fina festa…
Tapando vergonhas nesta crespa aresta…

Não, jamais pensar nisso nova vez.
A superação não deve ter esta motivação
Doutros sem pestanejar ir atropelar,
Que diabos posso assim me tornar?
Maior dor é de não ter voltado atrás
E em outro caminho permitido viajar…