(Escrito em: 15 de maio de 2022)
Vento por trás de lamento,
Sopro que contesta o contexto,
Folhas indo e vindo, soltas,
Assim como todas as pontas
Que não se uniram, revoltas.
Faces de um mundo condenado,
Anos que ficarão só no passado,
Senso de condição momentânea,
Conduz o vento junto à histeria.
Sonhos, metas, desejos únicos,
Tão tolos e fúteis, tão singelos.
Qualquer ameaça desmonta,
Acabando a afronta do tentar.
Tantas decisões irreversíveis
Tornam os dias tão previsíveis,
Ao remorso sustentar, cultivar,
Não há rearranjo para consertar.
Tão desprezíveis estes pensantes
E tão amáveis quando desejamos,
Esse bem ou mal já nem importa,
A imagem que se faz (i)moral.
Banalidades, temperos de vida,
Tentando adoçar sentido ou fé,
Mesmo sabendo do inevitável,
Sabendo da incontestável solidão.
Vivem eles focando na leveza,
Porém, estão fielmente presos,
Que nem se tocam da escravidão
Que é viver sem questionar.
Seres que desejam respirar
Nova paz, condição diferente,
Mas não conseguem se respeitar,
Vivem socialmente ausentes,
Mais um recluso sorridente.