Pressuposto

(Escrito em: 17 de março de 2024)

Onda nova, sem muita energia,
Assusta-me mais que maré alta.
Silêncio, tortuosa calmaria,
Espio por cada reflexo tal falta.

Ausência de tumultuo, de dor.
Suspiros que me assombram,
Introduzem terríveis mensagens.
Não gosto desse movimento,
Então espero pelo presságio.

Não me acostumei a isso…
Não sei conviver com fartura.
Tanto tempo tranquilo,
Só me preparando a algo.
Meus demônios se organizam,
Predizem um novo ataque,
Querem-me distraído, convicto,
Facilitando assim meu abate.

Ânsia que me corrói, perfura.
Tenebrosa assombrosidade
Que vem a mim como ternura.
Sou forte, pois tenho feridas,
As cicatrizes acendem um alerta.
Essa cura corporal me afeta,
Pois a mental é insustentável,
Logo, não será feita à meta.