(Escrito em: 1 de Maio de 2024)
Donde vem esta dor tão forte, profunda?
Por que seus olhos refletem tanto peso?
Peço, agarre algo que lhe possa resgatar.
Eu sinto tanto em não ser suficiente a ti,
Em tanto querer, todavia não poder ajudar.
Eu desejo ver a cataclisma se alastrar,
Nem sequer ligo para as dores alheias.
Só de meus próximos posso me importar.
Tanta força e perseverança, fez-se em pó.
Ei, não pense que eu não quis perseverar.
Gostaria tanto de cessar de me ferir,
De se equilibrar, parar de se corromper,
Mas essa dor maldita habita em mim.
Posso fugir e viver pequena época de paz,
Fingindo ser capaz, sendo de fato eficaz,
Ainda assim, ao declínio voltarei, eu sei.
Acha que não quero isso tudo contestar?
Não seja tola, não quero que me entenda,
Só olhe em meus olhos, deixe-me falar.
Eu já ajudei-lhe a confortar tantas dores,
Só quero que tome algo, sente ao meu lado.
Seja leve, releve minha besta ignorância,
Não posso garantir minha sanidade agora,
Mas serei transparente como nunca outrora.
Em seus cabelos compridos vou descansar,
Quero ouvir sua voz dizendo algo qualquer,
Você não irá resolver as feridas profundas,
Porém será porto seguro, o meu conforto.
Seja um pouco do que fui, isso lhe peço,
Mas se eu ferir, afetar-lhe com meu vazio,
Por favor, vá embora e não me escute mais,
Não basta eu viver nessa tristeza imensa,
Seria injusto dalguma forma lhe contaminar.