Segundo Que Restam

(Escrito em: 11 de maio de 2017)

Os dias continuam a passar e o tempo não é regido por devaneios, as correntes que cercam nossos punhos ainda estão a prender nossa ilusão, porém ainda que o ferro seja moldado ao fogo não poderá suportar a ferrugem depois de longos anos.
Noto que as pessoas estão cada dia mais necessitando da imagem, o espelho do ibope, ser notado para ser, isso faz com que o fluxo de informação torne-se extremo porém degradante, as palavras ao relento de uma bobagem qualquer hão de tomar para si inúteis testemunhas das crenças imundas, então o caos penetra ainda mais fundo.

Meus dias de certeza tornam-se cada vez mais raros, pensamentos de mudança tomam minha mente, porém ainda não há protocolo a seguir, a confusão não dá outro caminho, então sigo os mesmos passos, minha sombra é a única a estar do meu lado e sei que a validade das coisas e pessoas só esperam que o nosso egoísmo aflore.

Tenho alguns aliados ao meu redor, tenho outros a me observar e estudar a maneira de tomar o proveito próprio por meio de favores, restam poucos que poderia recorrer, ainda que desses existem os que já me feriram no passado, não aprecio esse remorso, mas minha blindagem resiste ao tempo.
Ainda tento cativar esperanças, os prazeres tentam tomar o equilíbrio e a dor chega para afagar-me, o desinteresse por parte de outros em relação aos sentimentos alheios é notável, já que debater o profundo não é tarefa possível para pessoas rasas, os minutos estão contados, mas ainda procuro meu relógio.