(Escrito na data de postagem)
Frágil tal qual cristal,
Valor único de importância.
Tão rápida quanto um sopro,
Única de forma imensurável.
Trouxe com ela alegrias,
Também dores e angústia,
Manteve apenas o desejo
De prolongar cada instante.
Marcou de tanta maneira
Que não há forma de contar.
Se retirou rapidamente
Que não posso aceitar.
A mais bela coisa que há!
Como pode ser tomada?
Dão acesso, depois tiram!
Só restando eterna dúvida.
Achava saber o que importa,
Nunca soube, momento algum.
Tenho medo, isso corrói,
Não acredito que ocorreu.
Pouco de fato importa,
Porém, acabei esquecendo
E me enchi de desilusão.
Desespero tolo, hoje vazio.
Para onde será que vão?
Isto é, se realmente vão.
O que esconde a passagem?
Não é questão de coragem.
Desfragmenta-se lentamente,
Até então sumir a imagem
Deste ser que tanto esteve
E nunca, nunca mais estará.
Inaceitável! Reluto, choro.
Sei que há de vir a hora,
A minha nem sequer assusta,
Que seja breve e indolor.
A maior dor de todas
É aqui ter de continuar
E ter que relembrar.
Momento, não retornará.
Poderei correr ao lado?
Ou quem sabe só estar?
Livrarei tal amargura?
Gostaria mesmo acreditar.
Contudo, sou pessimista,
Acredito não poder voltar.
Fé e desejo não importam,
Irei um dia desvendar?
Bem, não aceito mesmo!
Claro, tento erguer-me,
Mas aceitar é esquecer,
Relembrar é viver.
Relembrar faz sofrer,
Porém, viver é se ferir.
Anoto a última página:
“Que eu volte para ti”.